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As cinco pessoas mais ricas do Brasil têm tanto como 50 por cento da população

A organização não-governamental Oxfam refere, esta segunda-feira, que as cinco pessoas mais ricas do Brasil – cuja riqueza cresceu 13 por cento no último ano – têm um património equivalente a metade da população brasileira.

“Recompensem o trabalho, não a riqueza” é o nome do relatório cuja confederação de 17 organizações não-governamentais Oxfam – Comissões de Combate à Fome de Oxford que explica também que 50 por cento das pessoas mais pobres do Brasil viram a sua parte nos rendimentos nacionais reduzida de 2,7 para dois por cento.

Segundo o coordenador da campanha Oxfam no Brasil, Rafael Georges, os dados fornecidos pelo banco Credit Suisse mostram uma tendência de agravamento das desigualdades sociais naquele país.

“A concentração de património é muito cruel e eficiente para quem está no topo. Se você tem bastante património consegue gerar renda e consequentemente mais património. Quando a economia brasileira começou a esboçar alguma recuperação, esta parcela da população mais rica experimentou um momento favorável”, afirmou à agência Lusa.

“Já as pessoas que estão na parte de baixo da distribuição patrimonial, ou seja, a metade mais pobre da população, acabou por perder o pouco que tinha ou aprofundou suas dívidas”, completou.

Entre 2016 e 2017, o número de multimilionários no Brasil cresceu 45 por cento, de 31 para 43 pessoas, com patrimónios no valor de 140,2 mil milhões de euros. Por outro lado, quando comparado com outros países, o Brasil apresentou também uma perda de riqueza considerável.

“Houve uma diminuição do património brasileiro na ordem de 6%. Isto significa que todo património financeiro e não financeiro do país recuou 6%. Avaliamos que isto foi um reflexo da retração económica vivida nos últimos anos”, afirmou Rafael Georges.

O coordenador da campanha mostrou-se, por fim, pessimista quanto a tendências futuras desta desigualdade.

“No Brasil acontece um movimento contrário ao que indicamos ser as melhores práticas para a redução da desigualdade. Nos últimos 15 anos houve ganhos, mas estes ganhos – apesar de positivos – não eram estruturais e estão a ser desmontados agora”, considerou.

O relatório da Oxfam é lançado na véspera do Fórum Econímico Mundial, que junta, entre 23 e 26 de janeiro, os principais líderes políticos e empresariais do mundo, na Suíça.

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