Ciência

Alzheimer: Investigações ignoram o principal ‘suspeito’

A esmagadora maioria das investigações científicas sobre o Alzheimer incide nas placas de beta-amilóide, quando a proteína com maior responsabilidade na formação da doença será outra: a tau fosforilada (pTau).

Estas conclusões, formuladas por cinco investigadores do departamento de Engenharia Biomédica do Instituto de Tecnologia da Geórgia e da Faculdade de Medicina da Universidade de Atlanta (ambas nos EUA) no Journal of Alzheimer’s Disease, resultam de uma análise a mais de meia centena de estudos sobre o Alzheimer, com ensaios envolvendo ratinhos e publicados ao longo de décadas.

Os cientistas não descartam o impacto da proteína beta-amilóide, cuja acumulação de placas tem sido apontada, desde há tempos, como o ponto de partida desta doença neurodegenerativa.

Mas as placas de beta-amilóide serão apenas “cúmplices” do principal malfeitor, apontam os investigadores: a proteína pTau.

Esta proteína “teve a ligação mais forte com o declínio cognitivo”, adiantou Cassie Mitchell, o investigador que liderou o estudo.

A correlação com as placas de beta-amilóide existe, mas afinal é “muito fraca”, não se comparando com os efeitos da outra proteína.

“Não é nem de perto tão forte como a correlação entre a P-tau e o declínio cognitivo”, garantiu o cientista.

Os investigadores concluíram ainda que os níveis de pTau são “insignificantes para o declínio cognitivo”, pois trata-se de uma proteína solúvel: mesmo que esteja em excesso, não se acumula em placas, ao contrário do que acontece com a beta-amilóide.

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