Ciência

Água em Plutão: Há um oceano gelado no subsolo

Há água em Plutão. Um oceano líquido estará debaixo da superfície, de acordo com as análises feitas aos dados recolhidos pela sonda New Horizons, da agência espacial dos EUA.

A sonda da NASA sobrevoou o pequeno planeta a 14 de julho e enviou vários dados para a Terra, inclusive a imagem de uma metade de um coração gigante ‘desenhado’ na superfície.

Os estudos feitos a esses dados revelaram que esse coração será formado por gelo, o que valida a teoria de que existe um oceano líquido no subsolo.

A água, ao ser expelida, ficou congelada, formando então a forma geométrica que surpreendeu os cientistas.

Como essa metade do coração é uma grande cratera, a Planitia Sputnik (gerada, muito provavelmente, pelo impacto de um corpo celeste), a existência de água no subsolo é a teoria que melhor explica a formação da da figura geométrica à superfície.

A teoria da existência de água em Plutão tinha sido reforçada enquanto a New Horizons se aproximava do astro.

Em março, a sonda da agência espacial norte-americana enviou dados que apontavam para a ocorrência de fenómenos de criovulcanismo, ou seja, erupções de materiais gelados.

Isto significa ainda, avançam os investigadores, que outros corpos celestas na mesma região do sistema solar poderão ter também oceanos de água no subsolo.

No caso de Plutão, a acumulação de gelo na superfície terá provocado ruturas e tensões sobre a costa que, a dada altura, terão contribuído para uma alteração na rotação do planeta-anão.

“Há duas formas de alterar a rotação de um planeta. A primeira, que nos é mais familiar, é a ocorrência de uma alteração no eixo de rotação, na qual o planeta se reorienta em relação ao resto do sistema solar. A segunda é através de uma deriva polar, em que o eixo de rotação se mantém fixo face ao sistema solar e é o próprio planeta roda”, explicou o astrofísico James Keane, da Universidade do Arizona (EUA), classificando a ocorrência de Plutão como um exemplo da segunda forma.

Francis Nimmo, investigador da Universidade da Califórnia Santa Cruz (EUA), acrescentou (num outro estudo) que o peso e massa do oceano subterrâneo terão desempenhado um papel importante nessa alteração da rotação.

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