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Afinal, o cigarro eletrónico é melhor ou pior que o tradicional?

Um profundo trabalho da Academia Real de Medicina britânica conclui que os cigarros eletrónicos são “mais seguros” do que o tabaco tradicional. Médicos apontam estes novos dispositivos como sendo mais eficazes nas (persistentes) tentativas de cessação tabágica.

Os cigarros eletrónicos surgiram no mercado como menos prejudiciais para a saúde, em comparação com o tabaco tradicional. Porém, as opiniões, que se dividiam, baseavam-se em lógicas comerciais – quem vende aqueles dispositivos eletrónicos tem de apontar as eventuais vantagens – e no senso comum. Agora, um estudo da Royal College of Physicians vem aprofundar o tema e conceder algum conhecimento científico ao senso comum.

Afinal, que tipo de cigarro devem os fumadores escolher? A pergunta é feita tendo em consideração que não conseguem deixar de fumar, porque esta, sim, é a opção inquestionavelmente mais acertada.

Um estudo de médicos britânicos aponta “provas” de que os dispositivos eletrónicos são mais seguros do que os cigarros comuns e mais eficazes numa tentativa de cessação tabágica.

O estudo, cujo relatório a imprensa britânica divulgou, apresenta-se como uma das mais aprofundadas análises sobre esta temática alguma vez feitas por especialistas em saúde.

Uma das conclusões desmistifica a teoria de que os cigarros eletrónicos podem funcionar como um modo de um não fumador se tornar fumador, por via de um dispositivo que aparenta ser inofensivo.

Os cigarros eletrónicos apresentam como vantagem a sensação de fumar, com menores níveis de nicotina e menos substâncias tóxicas. No entanto, há quem considere que a sua aparência inofensiva pode levar ao tabagismo, porque os perigos são disfarçados.

Segundo este estudo, esta visão é contrariada pela realidade: é muito mais provável ver fumadores conseguirem deixar de fumar do que não fumadores cederem ao vício.

“O cigarro eletrónico leva a tentativas de deixar de fumar que, de outro modo, nunca teriam ocorrido”, salientam.

Em paralelo, “muitas destas pessoas acabam por conseguir deixar de fumar graças aos cigarros eletrónicos”.

Os autores do relatório chegam ao ponto de considerar que estes novos cigarros “são suscetíveis de trazer benefícios para a saúde pública do Reino Unido”.

“O recurso aos cigarros eletrónicos por parte dos fumadores deve gerar tranquilidade. São muito mais seguros”, apontam os investigadores.

Em declarações ao Independent, o presidente da Academia Real de Medicina, John Britton, revela que há razões para se acabar com a especulação e controvérsia sobre os cigarros eletrónicos.

“Este relatório deita por terra quase todas as preocupações sobre os cigarros eletrónicos, que devem tranquilizar os fumadores, porque, de facto, podem ajudá-los a deixar de fumar”, salientou.

Apesar destas conclusões, aquela academia britânica não pretende fazer a apologia do uso do dispositivo eletrónico. Ser melhor do que o cigarro tradicional não significa que é bom. No entanto, do ponto de vista do fumador, pode ser uma oportunidade para melhorar a sua qualidade de vida e aumentar as probabilidades de deixar esse hábito.

No Reino Unido e um pouco por toda a Europa, as campanhas de sensibilização têm sido bem sucedidas há cada vez menos fumadores. O elevado custo do tabaco, com a forte carga fiscal a determinar um incentivo à cessação tabágica, tem sido também um bom aliado no combate ao tabagismo.

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