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Porto Editora cria livros diferentes para meninos e meninas e gera polémica

A editora foi acusada de publicar blocos de atividades com diferentes níveis de dificuldade, para rapazes e meninas. Rapidamente foi acusada de sexismo e preconceito. E a resposta não tardou, numa publicação no Facebook. Porém, os ânimos não serenaram e as críticas repetem-se.

As publicações ‘Bloco de Atividades para Meninas’ e ‘Bloco de Atividades para Rapazes’ colocaram a Porto Editora debaixo de um coro de críticas, desde sexismo a discriminação, passando por preconceito.

A antiga secretária de Estado da Educação, Ana Benavente, fala em discriminação e defende que o Ministério da Educação tome uma medida. “É o princípio da desigualdade de género e isso não existe”, salienta, numa declaração reproduzida pela TSF.

A página da editora, no Facebook, serviu para e disseminarem críticas e até apelo a boicotes. Com a onda de indignação em crescendo, a Porto Editora decidiu responder.

“Discriminação e preconceito nas nossas edições? Não, de todo”, pode ler-se, numa nota onde se  explica a opção de lançar aquelas publicações.

“A propósito das nossas edições Bloco de Atividades para Meninas e Bloco de Atividades para Rapazes, surgiram acusações de sexismo e discriminação, bem como o de a edição para meninas apresentar um grau de dificuldade menor”, enquadra a Porto Editora, que explica o motivo dessa opção.

“Estas edições, publicadas em julho de 2016, têm como objetivo desenvolver determinadas competências essenciais em idade pré-escolar, nomeadamente a atenção e a concentração. Foram concebidas com cuidado editorial e pedagógico, apresentando um trabalho gráfico apelativo que procura envolver e motivar os mais novos a adquirir e consolidar as aprendizagens”, explica.

A Porto Editora garante que as edições para rapazes e raparigas “são trabalhadas as mesmas competências, na mesma sequência e com exercícios semelhantes”.

E porque se criam edições para dois géneros? “A diferença está na ilustração e na abordagem artística que as diferentes ilustradoras fizeram”, refere.

“E se há um exemplo em que o exercício no caso das meninas é aparentemente mais fácil, há vários outros em que os exercícios são aparentemente mais difíceis, como se pode ver nas imagens que acompanham este texto”, acrescenta a mesma nota.

A Porto Editora revela que compreende a “preocupação que estará na origem desta polémica” e refere que também se revê nos “valores da igualdade e da diversidade”.

No entanto, garante que “estas publicações não refletem uma visão discriminatória e preconceituosa”.

Nos comentários à publicação, diversos utilizadores reiteram críticas, não acolhem as explicações e aconselham a editora a retirar o produto do mercado.

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