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Acreditar no Pai Natal faz bem às crianças, explica psicóloga

A dúvida paira na cabeça de muitos pais nesta época especial. Devem, ou não, contar a verdade sobre o Pai Natal aos filhos? A especialista e psicóloga Kristen Dunfield acredita que é melhor não o fazer.

A época natalícia está envolta, especialmente para os mais novos, em alegria, afeto e amor. A tradição de esperar pelo velho de barbas brancas, a descer a chaminé depois do pedido especial por mais um ano de bom comportamento, é o momento alto do ano para muitas crianças.

Esta é, contudo, uma altura em que os pais se deparam com as dúvidas sobre alimentar, ou não, esta fantasia nos filhos, preocupados com o que o seu fim possa trazer.

Para Kristen Dunfield, professora assistente de Psicologia na Universidade de Concordia, acreditar no Pai Natal é benéfico para as crianças.

A especialista explica que “pesquisas no campo do desenvolvimento psicológico sugerem que estas crenças imaginárias não são de todo nocivas, mas são sim associadas com um vasto número de resultados positivos no desenvolvimento ao exercitarem habilidades de raciocínio contrafactual necessárias para a inovação humana impulsionar o desenvolvimento emocional”.

Em declarações ao Global News, Kristen tranquilizou os pais no que às dúvidas sobre a verdadeira existência do Pai Natal diz respeito.

“Não depende tudo de vocês! Na verdade, a melhor abordagem consiste em apoiar as crianças enquanto elas descobrem tudo por conta própria. Mais cedo ou mais tarde, elas vão perceber e não vai ser tão mau como os pais pensam”, esclarece.

De acordo com a psicóloga, as crianças normalmente deixam de acreditar neste mito por volta dos oito anos de idade, o que, para a especialista, é fundamental no desenvolvimento dos mais pequenos. “Eu vejo o desenvolvimento da crença no Pai Natal, e o eventual abandono do mito, como uma conquista impressionante que merece ser celebrada e não temida”, afirma.

Acompanhado pelo crescimento, as crianças vão percebendo que o mito do Pai Natal parece praticamente impossível – um velho de barbas, a voar num trenó puxado por renas e a percorrer o mundo inteiro numa só noite. É neste momento que surgem as primeiras perguntas que os pais, no entender de Kristen, devem ver “por aquilo que são – desenvolvimento cognitivo em ação”.

Após decidirem se devem ou não contar a verdade, os pais deparam-se com novo dilema: como é que a criança vai reagir ao descobrir a mentira dos pais e se isso poderá afetar a confiaça depositada nos progenitores.

Um estudo da Universidade do Texas analisou as reações de 52 crianças que já não acreditavam no Pai Natal e estas foram “predominantemente positivas”.

“Quando comparada com toda a informação confiável que os pais partilham com os filhos ao longo da vida, é altamente improvável que uma única mentira provoque danos irreparáveis”, explica Kristen, de forma a tranquilizar os pais.

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